No dia 10/05/2017 foi feita uma visita em uma região da Chapada Diamantina que é formada em sua maioria por
rochas sedimentares (Argila, Silte, e Seixos) de origem Esturiana (sedimentos
depositados entre os rios e os oceanos), com natureza exuberante e grande
abundancias de formações rochosas, onde os extremos entre o bucólico e urbano
se encontram em harmonia, tendo como objetivo passar por 4 pontos principais
para o eventual estudo, o primeiro foi em Lençóis que oferece várias opções de
caminhadas curtas ao redor da cidade e longos trekkings pelo Parque Nacional, com
seus inúmeros pontos turísticos e diversas belezas naturais, onde fizemos uma
visita ao Serrano um ponto turístico formado por conglomerados de rochas e com seus
salões de areia coloridas ,no dia seguinte visitamos dois locais com belezas naturais
incomparáveis e que também fazem da
chapada, a Gruta da lapa doce considerada
a terceira maior do país com 17 quilômetros mapeados, sendo que 850 metros
estão abertos para visita com inúmeras formações de estalactites que se formaram aparte de rochas sedimentares, se originando no
teto da gruta. Pratinha que se destaca por abrigar os lagos mas cristalinos do mundo, devido
sua grande concentração de calcário encontrado no fundo das grandes piscinas
naturais, e por ultimo fizemos uma passagem pelo morro do pai Inácio um dos atrativos mais requisitados e famosos
da Chapada Diamantina, com aproximadamente 1000m de altura, e suas exuberantes
formas de relevo.
A Chapada Diamantina nem sempre foi uma imponente cadeia de
serras. Há cerca de 1 bilhão e 700 milhões de anos, iniciou-se a formação da
bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões que
foram preenchidas com materiais expelidos de vulcões, areias sopradas pelo
vento e cascalhos caídos de suas bordas. Sobre essas depressões depositaram-se
sedimentos em uma região em forma de bacia, sob a influencia de rios, ventos e
mares. Posteriormente, aconteceu um fenômeno chamado soerguimento, que elevou as
camadas de sedimentos acima do nível do mar, pressionada pela força
epirogenética, tendo aos pouco um sofrível erguimento ao longo de milhões de anos.
As inúmeras camadas de arenitos, conglomerados, e calcários,
hoje expostas na Chapada Diamantina, representam os depósitos sedimentares
primitivos; a paisagem atual é o produto das atividades daqueles agentes ao
longo do tempo geológico. Nas ruas e calçadas das cidades da Chapada, lajes de
superfícies onduladas revelam a ação dos ventos e das águas que passavam sobre
areais antigos.
Ao chegarmos a lenções as 14:00 horas do dia 10 de maio, ficamos hospedados
no villa hoste,logo em seguida as 13:00, fizemos uma caminhada ate o local, de
aproximadamente 15 minutos do centro até o Rio Serrano , local de visita onde
apresenta grãos de cascalho(grandes), grãos menores(áreas). O Local possui
formações de conglomerados, ao longo do tempo o material exposto ao vento
sofreu um diagenético formando os conglomerados. A rocha teve uma possível
formação a cerca de 1 bilhão 750 milhões de anos bastante antiga e passando por os agentes exógenos ou seja
o próprio o rio, após sua formação
passou-se a ser trabalho pelos agentes intempéricos sendo modelado pelo rio. Os
processos endógenos fizeram com que ocorre o soerguimento da rocha.
A primeira beleza natural do Serrano são os Caldeirões,
antigo local de garimpagem e onde foi descoberto o primeiro diamante de
Lençóis. As piscinas naturais do Serrano são formações de pedra no chão
que podem ter profundidade rasa ou até mesmo atingir até quatro metros de
profundidade. A tonalidade da água escura, porém, limpa e perfeita para se
refrescar e relaxar com banhos de massagens nas pequenas quedas d’água. A
beleza dos Caldeirões do Serrano é tão famosa que já serviu até de cenário para
novelas e filmes.
Formação do conglomerado rio serrano. |
Formação de marmitas naturais em rio serrano |
Continuando nossa visitação, no dia 11 de maio de 2017 tivemos destino a Lapa Doce situada em Iraquara, onde conhecemos uma caverna ampla, com teto alto e 24 km de extensão, sendo aberto ao público um trecho de 1 km, facilmente acessível por crianças e pessoas idosas, entrando-se por uma boca e saindo-se pela outra. Apresenta vários espeleotemas, alguns de grandes dimensões, com formas diversificadas e curiosas. Próximo à sua entrada, é bastante comum a visualização de grupos de mocós em busca de alimento. As imagens a seguir mostram bem a beleza formada com o tempo.
Entrada para caverna. |
Entrada para caverna, foto tirada pela parte de dentro |
Em seguida após almoço fomos em destino a pratinha, sendo que a Gruta da Pratinha localiza-se a 7 km da Lapa Doce. Nela nasce o rio da Pratinha, que se forma, em seguida, uma lagoa cristalina. O fundo do lago, dentro da gruta, parece areia, mas é formado por búzios minúsculos de constituição calcária, cuja origem ainda não foi elucidada. No interior da gruta é permitida a prática de tirolesa e de flutuação com snorkel e pé-de-pato. Integrando o conjunto da Pratinha existe ainda a Gruta Azul, lapa inundada onde os reflexos da luz da tarde conferem especial coloração azul à água.
A gruta Pratinha é dotada de singular beleza cênica, com uma surgência na cor azul-celeste, que toma todo o trecho turístico e forma um lago em grandes proporções. Os visitantes dispõem de atividades como flutuação no interior da gruta e tirolesa no lago adjacente (BRUNELLI, 2001).
Representação da pratinha e sua coloração da água. |
Morro do pai Inácio (visitado dia 11 de maio de 2017)
O Morro do Pai Inácio é terreno sedimentar que sofreu
perturbações tectônicas, ocorrendo o processo de dobramento, consiste em
testemunho erosional situado no flanco ocidental do Anticlinal do Pai Inácio,
Chapada Diamantina, na região central do Estado da Bahia. Neste dobramento possui uma coisa interessante, de eixo norte-sul,
está exposto o contato entre os grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina, que a questão
do barlavento e o sotavento, as nuvens que vem do atlântico com direção ao
continente carregadas de águas são barradas, deixando a vegetação mas densa . O
primeiro consiste em arenitos finos, siltitos e argilitos, e o segundo,
representado pela Formação Tombador, é formado por arenitos e conglomerados,
ocasionalmente diamantíferos. O contato entre os dois materializa um limite
entre dois tratos de sistemas deposicionais, um inferior de ambiente
transicional e um superior, de ambiente continental. A paisagem representada
pelo morro do Pai Inácio, a estrutura geológica e as espécies vegetais que
medram na região, constituem um sistema único para estudos multidisciplinares.
O Morro do Pai Inácio está situado no limite entre o Parque Nacional da Chapada
Diamantina e a Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara sendo classificado como
(área de proteção rigorosa).
Vista feita no morro do pai Inácio |
História
A denominação Morro do Pai Inácio, está relacionada a uma lenda envolvendo um escravo que namorava escondido a filha de seu senhor, proprietário de grandes garimpos de diamante. Este, descobrindo o feito do escravo, colocou vários capangas à sua procura. Em fuga, Pai Inácio procurou se esconder no topo do morro, e sem ter escapatória, foi obrigado a saltar do penhasco e se escondeu numa pedra, enquanto todos acreditavam que ele estava morto, Inácio sequestrou a filha de seu senhor, deu um diamante do tamanho de sua mão e os dois vivem felizes ate hoje nas historias (Segundo:Jaqueline,Iasmim).
O Morro do Pai Inácio é considerado por muitos como o marco
referencial da Chapada Diamantina, constitui um testemunho erosivo com 1.120
metros de altitude. Ele está situado no município de Palmeiras que faz parte da
Chapada Diamantina Central, região que abrange total ou parcialmente os
municípios de Lençóis e Iraquara entre outros que não visitamos. Esta região de
uma beleza natural ímpar, tem como destaques a morfologia de seus morros e
montanhas, de seus vales íngremes e profundos, de suas cachoeiras, corredeiras
e cursos d’água esculpidos em rochas metassedimentares dos grupos Paraguaçu e
Chapada Diamantina, depositados há mais de um bilhão de anos. Do topo do morro,
vislumbra-se para sul uma visão majestosa do Anticlinal do Pai Inácio, com eixo
orientado norte-sul, tendo a oeste a serra da Bacia e a leste a serra da
Chapadinha. Cerca de 10 km a sul, desponta o imponente “castelo” de pedras do
Morrão, enquanto 3 km a norte surgem o Morro do Camelo, cenário, a algum tempo
atrás, da abertura de novela de importante canal de televisão (vide SIGEP 85,
neste livro). O Morro do Pai Inácio está na parte central do Estado da Bahia a cerca
de 30 km da sede municipal de Lençóis.