quarta-feira, 17 de maio de 2017

Relatório

 No dia 10/05/2017 foi feita uma visita em uma região da Chapada Diamantina que é formada em sua maioria por rochas sedimentares (Argila, Silte, e Seixos) de origem Esturiana (sedimentos depositados entre os rios e os oceanos), com natureza exuberante e grande abundancias de formações rochosas, onde os extremos entre o bucólico e urbano se encontram em harmonia, tendo como objetivo passar por 4 pontos principais para o eventual estudo, o primeiro foi em  Lençóis que oferece várias opções de caminhadas curtas ao redor da cidade e longos trekkings pelo Parque Nacional, com seus inúmeros pontos turísticos e diversas belezas naturais, onde fizemos uma visita ao Serrano um ponto turístico formado por conglomerados de rochas e com seus salões de areia coloridas ,no dia seguinte visitamos dois locais com belezas naturais incomparáveis e que também fazem  da chapada, a Gruta da lapa doce  considerada a terceira maior do país com 17 quilômetros mapeados, sendo que 850 metros estão abertos para visita com inúmeras formações de estalactites que se formaram aparte de rochas sedimentares, se originando no teto da gruta. Pratinha que se destaca por abrigar os lagos mas cristalinos do mundo, devido sua grande concentração de calcário encontrado no fundo das grandes piscinas naturais, e por ultimo fizemos uma passagem pelo morro do pai Inácio  um dos atrativos mais requisitados e famosos da Chapada Diamantina, com aproximadamente 1000m de altura, e suas exuberantes formas de relevo.

A Chapada Diamantina nem sempre foi uma imponente cadeia de serras. Há cerca de 1 bilhão e 700 milhões de anos, iniciou-se a formação da bacia sedimentar do Espinhaço, a partir de uma série de extensas depressões que foram preenchidas com materiais expelidos de vulcões, areias sopradas pelo vento e cascalhos caídos de suas bordas. Sobre essas depressões depositaram-se sedimentos em uma região em forma de bacia, sob a influencia de rios, ventos e mares. Posteriormente, aconteceu um fenômeno chamado soerguimento, que elevou as camadas de sedimentos acima do nível do mar, pressionada pela força epirogenética, tendo aos pouco um sofrível erguimento ao longo de milhões de anos.

As inúmeras camadas de arenitos, conglomerados, e calcários, hoje expostas na Chapada Diamantina, representam os depósitos sedimentares primitivos; a paisagem atual é o produto das atividades daqueles agentes ao longo do tempo geológico. Nas ruas e calçadas das cidades da Chapada, lajes de superfícies onduladas revelam a ação dos ventos e das águas que passavam sobre areais antigos.

Ao chegarmos a lenções as 14:00 horas do dia 10 de maio, ficamos hospedados no villa hoste,logo em seguida as 13:00, fizemos uma caminhada ate o local, de aproximadamente 15 minutos do centro até o Rio Serrano , local de visita onde apresenta grãos de cascalho(grandes), grãos menores(áreas). O Local possui formações de conglomerados, ao longo do tempo o material exposto ao vento sofreu um diagenético formando os conglomerados. A rocha teve uma possível formação a cerca de 1 bilhão 750 milhões de anos bastante antiga  e passando por os agentes exógenos ou seja o  próprio o rio, após sua formação passou-se a ser trabalho pelos agentes intempéricos sendo modelado pelo rio. Os processos endógenos fizeram com que ocorre o soerguimento da rocha.

A primeira beleza natural do Serrano são os Caldeirões, antigo local de garimpagem e onde foi descoberto o primeiro diamante de Lençóis. As piscinas naturais do Serrano são formações de pedra no chão que podem ter profundidade rasa ou até mesmo atingir até quatro metros de profundidade. A tonalidade da água escura, porém, limpa e perfeita para se refrescar e relaxar com banhos de massagens nas pequenas quedas d’água. A beleza dos Caldeirões do Serrano é tão famosa que já serviu até de cenário para novelas e filmes.





Formação do conglomerado rio serrano.


Formação de marmitas naturais em rio serrano


Continuando nossa visitação, no dia 11 de maio de 2017 tivemos destino a Lapa Doce situada em Iraquara, onde conhecemos uma caverna ampla, com teto alto e 24 km de extensão, sendo aberto ao público um trecho de 1 km, facilmente acessível por crianças e pessoas idosas, entrando-se por uma boca e saindo-se pela outra. Apresenta vários espeleotemas, alguns de grandes dimensões, com formas diversificadas e curiosas. Próximo à sua entrada, é bastante comum a visualização de grupos de mocós em busca de alimento. As imagens a seguir mostram bem a beleza formada com o tempo.

Entrada para caverna.

Entrada para caverna, foto tirada pela parte de dentro
Em seguida após almoço fomos em destino a pratinha, sendo que  a Gruta da Pratinha localiza-se a 7 km da Lapa Doce. Nela nasce o rio da Pratinha, que  se forma, em seguida, uma lagoa cristalina. O fundo do lago, dentro da gruta, parece areia, mas é formado por búzios minúsculos de constituição calcária, cuja origem ainda não foi elucidada. No interior da gruta é permitida a prática de tirolesa e de flutuação com snorkel e pé-de-pato. Integrando o conjunto da Pratinha existe ainda a Gruta Azul, lapa inundada onde os reflexos da luz da tarde conferem especial coloração azul à água. 

A gruta Pratinha é dotada de singular beleza cênica, com uma surgência na cor azul-celeste, que toma todo o trecho turístico e forma um lago em grandes proporções. Os visitantes dispõem de atividades como flutuação no interior da gruta e tirolesa no lago adjacente (BRUNELLI, 2001).

Representação da pratinha e sua coloração da água.

Em seguida um vídeo mostrando o efeito dos raios solares na gruta azul e assim criando essa beleza: a coloração do local e água é devido à presença dos seguintes elementos, carbonato e sulfato de cálcio.




Morro do pai Inácio (visitado dia 11 de maio de 2017)

Vista frente ao morro do pai Inácio.



O Morro do Pai Inácio é terreno sedimentar que sofreu perturbações tectônicas, ocorrendo o processo de dobramento, consiste em testemunho erosional situado no flanco ocidental do Anticlinal do Pai Inácio, Chapada Diamantina, na região central do Estado da Bahia. Neste dobramento possui  uma coisa interessante, de eixo norte-sul, está exposto o contato entre os grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina, que a questão do barlavento e o sotavento, as nuvens que vem do atlântico com direção ao continente carregadas de águas são barradas, deixando a vegetação mas densa . O primeiro consiste em arenitos finos, siltitos e argilitos, e o segundo, representado pela Formação Tombador, é formado por arenitos e conglomerados, ocasionalmente diamantíferos. O contato entre os dois materializa um limite entre dois tratos de sistemas deposicionais, um inferior de ambiente transicional e um superior, de ambiente continental. A paisagem representada pelo morro do Pai Inácio, a estrutura geológica e as espécies vegetais que medram na região, constituem um sistema único para estudos multidisciplinares. O Morro do Pai Inácio está situado no limite entre o Parque Nacional da Chapada Diamantina e a Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara sendo classificado como (área de proteção rigorosa).

Vista feita no morro do pai Inácio
História

A denominação Morro do Pai Inácio, está relacionada a uma lenda envolvendo um escravo que namorava escondido a filha de seu senhor, proprietário de grandes garimpos de diamante. Este, descobrindo o feito do escravo, colocou vários capangas à sua procura. Em fuga, Pai Inácio procurou se esconder no topo do morro, e sem ter escapatória, foi obrigado a saltar do penhasco e se escondeu numa pedra, enquanto todos acreditavam que ele estava morto, Inácio sequestrou a filha de seu senhor, deu um diamante do tamanho de sua mão e os dois vivem felizes ate hoje nas historias (Segundo:Jaqueline,Iasmim).


O Morro do Pai Inácio é considerado por muitos como o marco referencial da Chapada Diamantina, constitui um testemunho erosivo com 1.120 metros de altitude. Ele está situado no município de Palmeiras que faz parte da Chapada Diamantina Central, região que abrange total ou parcialmente os municípios de Lençóis e Iraquara entre outros que não visitamos. Esta região de uma beleza natural ímpar, tem como destaques a morfologia de seus morros e montanhas, de seus vales íngremes e profundos, de suas cachoeiras, corredeiras e cursos d’água esculpidos em rochas metassedimentares dos grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina, depositados há mais de um bilhão de anos. Do topo do morro, vislumbra-se para sul uma visão majestosa do Anticlinal do Pai Inácio, com eixo orientado norte-sul, tendo a oeste a serra da Bacia e a leste a serra da Chapadinha. Cerca de 10 km a sul, desponta o imponente “castelo” de pedras do Morrão, enquanto 3 km a norte surgem o Morro do Camelo, cenário, a algum tempo atrás, da abertura de novela de importante canal de televisão (vide SIGEP 85, neste livro). O Morro do Pai Inácio está na parte central do Estado da Bahia a cerca de 30 km da sede municipal de Lençóis.